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domingo, 26 de maio de 2013

Velha infância

Entre um filme, uma conversa despretensiosa com meu pai e um climinha de chuva, eu dormia. Podia sentir preguiça (sem culpa) e ficar o dia inteiro em casa que ninguém iria me ligar querendo saber o porque do meu sumiço. 
Por causa dessa minha preguiça diurna, ontem eu não consegui dormir a noite. Li um texto sobre teatro que tinha levado sem muita pretensão de ler e quando já estava entediada, vi uma foto minha com o meu pai num porta-retrato, que certamente já tinha visto, mas que nunca tinha parado para pensar o quanto eu tinha mudado daquela foto até agora.
Na foto, era natal, eu deveria ter meus 12 anos . Eu comecei a imaginar quais eram os meus conflitos da época, o que era a coisa mais importante na minha vida naquele dia, mas principalmente se eu sentiria orgulho de ser quem eu sou hoje.
Olhei cada detalhe, meus olhos, meu cabelo, minha bochecha, o jeito que estava abraçando o meu pai...
Aquela foto me respondeu muitas perguntas que estavam me consumindo por eu ter esquecido quem eu era, ter esquecido a minha historia, que é linda e cheia de pessoas especiais que ainda por cima me amam. Tinha esquecido que para algumas pessoas, a minha vida é a vida delas. Me senti importante e cuidada. 
Me fiz bastante perguntas, chorei, senti saudades de ser criança... e fui dormir sabendo que mesmo tendo mudado tanto, ainda era aquela menina da foto, cheia de sonhos e com uma vontade imensa de ser feliz.
E então pude responder a minha pergunta principal.

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